terça-feira, 21 de setembro de 2010


Cidade concreto, teto que fecha

Céu que some, chão que enrijece

Parede que prende, porta que tranca

Sol que esquenta quando se espanta


Terra que seca, planta que murcha

Prédio que cresce, só prédio que cresce!

Som que abafa, que dói

Pássaro emudece, padece

Cor que some, escurece

Estrela que desaparece, nuvem consome

Árvore caída, tombada, largada

Jogada feita pelo homem, covarde!

Alarde que lá vem vingança...


Quero ver sufocar enquanto o vulcão explode

Quero ver ganhar enquanto o mar invade

Quero ver a folha, o mato, a flor

Quero ver a dor e gargalhar enquanto a água se despede

Quero ver tirania contra o tirano

Quero ver o mais insano, o mais eloqüente

Quero rir de mostrar os dentes

Quero acreditar que seja verdade

Vai deixar saudade esse tempo que passei aqui


Paula Albuquerque

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


Só eu sei a delícia de ser quem sou,
O amor que sinto, o que me dói,
O que me constrói e me desfaz.

Só eu sei o que edifiquei,
O que de mim partiu, o que de mim ficou.
Só eu sei as dores que passei e as delícias provei,
Porque além de mim, nada sou.

Paula Albuquerque