segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Minha Tempestade Em Um Copo De Água


Num poema a sós, brinquei de não te querer,

De fazer graça da tristeza, de rir do abandono,

De me sentir sem dono, sem você;

Fiz graça do estrago que me deixou no peito,

Da baixaria que me declamou,

Da ousadia quando desafiou dizendo que eu não era seu amor.


Passei a noite rindo, lembrando, contando folclore,

Acreditando que embora tu foste, em boa hora voltaria,

Embora não fosse verdade, eu ainda acreditaria.

Assim passou madrugada, ficando calada, fui ficando, fui passando,

Fui me dando o direito de repensar se era bonito ou desagradável,

Pensei ser inabalável, mas desmoronou!


A beleza do abandono tornou-se mágoa,

Tornou-se realidade, saudade, ilusão.

E me doeu, foi tanto, tanto pranto que sorri,

Descabida de mim, sorri pra você,

Que agora era resto, era nada, era tudo,

Era meu amor, minha dor, só meu... Meu fim.


Paula Albuquerque

domingo, 15 de agosto de 2010


A vida é um vai e vem eterno,

Vai e vem pro trabalho,

Vai e vem no trajeto,

Vai e vem no sexo,

E por aí vai... E por aí vem.


Assim quem sabe, a gente aprende com a rotina;

De repente a gente até ensina quem não quis aprender.

Quem ficou pra trás até domina, a arte de refazer, mudar.

Porque exibir a derrota também é uma vitória,

Te deixa por cima, te deixa além,

Além do orgulho, além da humilhação,

Além de qualquer razão do ser ou estar.


Vai e vem da cidade,

Vai e vem da saudade,

Vai e vem de verso e prosa,

Porque o vai e vem da rotina

Vai e vem como sina

E desatina quem não quer voltar mais.


Paula Albuquerque