segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Se meu amor dissesse que iria embora, pra onde iria agora?

Jogar os lençois pra cima, quebrar os pratos,

Perder a escova e os sapatos, pra onde iria minha agonia?

Seria um tiro sem direção, me jogar no chão,

Seria o resto, sem perdão.


E do resto a gente faz o que, além de tentar esquecer?

Só deixa passar, só deixa morrer

E assim há de ficar, se não crescer.

Quando o amor alegra, estonteia,

Quando parte, a parte feia;

E se fica a gente gosta,

Gosta calado, sorrindo de lado pra não espalhar,

Porque fica no ar nossa felicidade,

Aquele ar de saudade, de agonia.


Sorria amor, sorria aqui na cama, na cozinha,

Sorria perto da minha alegria,

Chora ao peito meu, que agora é teu,

Lembra-te como me conheceu,

Conta história macia de ouvir,

E sussura besteiras antes de dormir.


Quando me abraça, abraça perto, dentro, fundo,

Quando passa, ainda sim fica,

E quando ama, nada mais é, além de rica.


Paula Albuquerque

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


Juro que vou vê-la mais de perto

E sei que é certo de a gente se acertar

Pode ser verdade, pode ser meu par.


O amor é isso, verso bobo e rimado,

É gritar calado, é coletivo num só,

É perder-se acompanhado, é sofrer sorrindo,

É achar lindo qualquer motivo, sem razão.


É dizer sim com um não, perder a moral,

Achar natural tudo que vem de qualquer canto,

É só ver encanto enquanto canta, em qualquer dança,

Em qualquer verso, qualquer prosa, em qualquer bossa,

A música é sempre nossa!


E sem amor, como a gente fica?

Será que a gente fica?

Será que a gente esquece, que a gente merece se esquecer?

Será o que de mim sem você?


Já me basta o paragrafo duvidoso!

Quero tudo de novo, quero certeza!

Quero exclamação sem dúvida!

Quero você e ponto final.


Paula Albuquerque