terça-feira, 24 de julho de 2012


Tenho no peito uma revolução,
onde travo batalhas, onde tenho navalhas e dragões.
Tenho na mente uma infinidade,
onde o espaço é pouco, o tempo é curto, o pavio também.
Tenho crença nos braços,
patuá nas mãos, amuleto no anel.
Tenho uma guerra na boca,
de onde saem canhões, acontecem fuzilamentos, mil detentos.
Tenho condenados no chão,
calabouços na cama, prisões nos lençóis, grades no cabelo.
Tenho também medo de espelho.

Tenho pés alados,
onde descubro caminhos, faço ninhos e mais inhos...
Além de tudo, ainda tenho o corpo inteiro,
templo, tempo, tento, sou.

Paula Albuquerque