Dou meu tom no som, nas cores
Dou meu som às dores
Dou o que quiser aos amores
Sou vida, sou castelo, reino amarelo, vinho, branco.
Não gosto de bebidas quentes, me amarula.
Quantos dias ainda vou perder reclamando?
Vendo o tempo passar, vendo a vida arder,
Vendo a rua, vendo a vida, vendo a casa também
Aliás, vendo o que você quiser.
Vendado sou, confesso.
Não vejo mais o que me arrepia,
Não como mais o que me sacia,
Eu só sabia do que eu não gostava
O que eu gosto é um mistério do tamanho do mundo,
Imundo, tudo é tão imundo.
“Que revolta!” você vai pensar.
Mas se soubesse a volta que ainda tenho que dar...
Ah, pouparia as palavras.
Não conhece minhas dores,
Nem eu as suas. Enfim,
Muito prazer, ego.
Paula Albuquerque