segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Minha Tempestade Em Um Copo De Água


Num poema a sós, brinquei de não te querer,

De fazer graça da tristeza, de rir do abandono,

De me sentir sem dono, sem você;

Fiz graça do estrago que me deixou no peito,

Da baixaria que me declamou,

Da ousadia quando desafiou dizendo que eu não era seu amor.


Passei a noite rindo, lembrando, contando folclore,

Acreditando que embora tu foste, em boa hora voltaria,

Embora não fosse verdade, eu ainda acreditaria.

Assim passou madrugada, ficando calada, fui ficando, fui passando,

Fui me dando o direito de repensar se era bonito ou desagradável,

Pensei ser inabalável, mas desmoronou!


A beleza do abandono tornou-se mágoa,

Tornou-se realidade, saudade, ilusão.

E me doeu, foi tanto, tanto pranto que sorri,

Descabida de mim, sorri pra você,

Que agora era resto, era nada, era tudo,

Era meu amor, minha dor, só meu... Meu fim.


Paula Albuquerque

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