sexta-feira, 9 de julho de 2010



Embriaguez de Sensações


Não me lembro do cheiro nem do gosto
Não recordo se tinha cor, se tinha raça
Não sei se usava roupas, carcaça;
Senti que era humano, era pele
Era carnal, era sentimentalizado,
Muito bonito de se ver,
Mas invisível, ao ponto de sentir

Parecia um arrepio prolongado,
Um orgasmo infinito, um poço de sensações,
Desejos concretos e irreais,
Era sonho, fantasia perfumada, humorada talvez

Acompanhava uma insegurança indescritível
Seguramente escrita pelas mãos de Deus,
Tinha um seguimento mundano perante os senhores
E ao mesmo tempo glorificado por todos eles,
Parecia uma selva de errantes aventureiros
Que davam os corpos a tapas

Era ficção romântica, poesia revirada;
Com certeza inspiração de belas artes.
Cheguei a pensar que fosse perfeito,
Pois me proporcionava coisas jamais sentidas
Até perceber que era o defeito de uma vida pouco vivida

Calejei-me tanto, que mal pouco pude fugir
Descobri seu nome, ó pecado,
Foi apenas a primeira paixão que eu vivi



Paula Albuquerque

2 comentários:

  1. ''Até perceber que era o defeito de uma vida pouco vivida''

    o bom é saber q temos muito ainda pela frente

    o mal é saber q isso dura até os 70, 80 anos... ou mais.

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